domingo, 14 de junho de 2009

AMAR É AMAR E SÓ

Parece, que mesmo sem querer amar, amou. Parece, que mesmo assim, mesmo distante, se aproximou. Para que dizer o que se dizia em se sentir? Para quê?
Não era bom, nem era ruim. Apenas era. Ou talvez fosse bom e fosse ruim. Talvez só fosse. Sem adjetivos. Sentia-se. Só.
Amou de maneira simples, sem se saber o amor. Nem sentiu tanto, nem pranto, nem dor. Sentiu sem saber o quê, o porquê. Nem queria saber.
Tinha vontades voláteis, volúveis. Tinha quereres, prazeres solúveis. Tinha dias, tinha noites. E tinha dias e tinha noites que não os tinha.
Não era desses amores exagerados, extremados, epilépticos e até catalépticos. Sentia-se. Era de um tipo mais gostoso, mais sincero e enxuto. Desses de se querer bem a outrem porque, assim, bem se faz a si também.
Não se doía em se ter. Mas se sentia doer em se pensar em perder, porque alguém uma vez disse que ausência é presença e, neste caso, presença da ausência. Sentia-se.
Não era difícil amar, era difícil falar amar, porque amar não tem falar. Amar é amar e só.

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