segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

SER RECEBIDA POR FLORES


Ah...! As flores não me receberam! Tive pena delas porque não sentiriam meu cheiro, não tocariam meus dedos, nem acariciariam minha pele. Não se emocionariam ao me verem e não se despetalariam desesperadamente por mim.
Queria dar-lhes este prazer, o prazer de me receberem.
Nunca fui dada a nenhuma flor em especial. É claro que algumas vezes uma ou outra me ganhou em ocasiões formais que requeriam que eu fosse entregue a elas, mas me pegaram sem emoção, como se estivessem recebendo qualquer outra pessoa. Eram indiferentes e desejavam, por vezes, jogar-me fora. Recebiam-me por educação. Achavam-me pálida, sem graça. Eu não tinha sido pensada especialmente para elas e era este o meu sentimento de dor.
Queria, um dia, ser recebida e acolhida por flores. Queria ser escolhida para elas e poder oferecer minha essência mais profunda. Queria que meus segredos fossem sorvidos por suas pétalas sensíveis e que elas, então, irradiassem a minha beleza, para que todos pensassem que delas é que vinha a cor e o perfume.
Que pena das flores!

EU NÃO SABERIA DIZER

Eu não saberia dizer. Não saberia dizer com palavras saídas da boca. Uma sensação de impotência quando me perguntam como eu sou e do que eu gosto. Estas são as perguntas cujas respostas são sempre as mais difíceis para mim. Não por não as saber, mas por elas morarem aqui dentro, por serem muitas, por se abraçarem, por se anularem e por ressurgirem.
A verdade é que elas se diriam sozinhas. Não precisam do meu auxílio.
Mas, quando me perguntam, sinto-me na obrigação de expulsá-las, de revelá-las e confundo-me. Elas me confundem. Vou vestindo as respostas para que elas se apresentem lindas, imaculadas e ao gosto do indagador.
Algumas respostas se sentem bem com as vestes, outras me odeiam e me desprezam. Desfilam com seus olhares aniquilantes e perplexos. Não convencem. Sinto-me desmascarada, despida.
A verdade reclama mais do que a nudez. Ela é cruel e arrebanha meus sentimentos mais primários.
Não sei me dizer. Eu sei me pensar e eu não penso com palavras porque elas são lineares demais. Elas me atrapalham, desvirtuam a velocidade das minhas idéias e as minhas idéias atropelam qualquer limite de velocidade estipulada pelos homens.
As minhas idéias não têm cor, não têm língua e não têm idéias... Elas não têm consciência de suas causas e conseqüências. Elas só adquirem corpo quando são vestidas e expulsas. Aí elas sofrem e eu sofro também.
Não me perguntem quem eu sou e do que eu gosto, porque eu não saberia dizer com palavras.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

UM ENCONTRO

Eles não se encontraram por um acaso. Moravam na mesma cidade. Imagine, num mundo tão grande, morarem na mesma cidade ele e ela! Além disso, pertenciam a uma mesma geração. Com tantas e tantas gerações para trás, imagine que nasceram na mesma época ele e ela!

Encontraram-se, assim, no ônibus. Ele se ofereceu para segurar sua bolsa. Queria oferecer até o lugar, mas como o faria? Ela aceitou. A bolsa não pesava. Ele não precisava segurar, mas ela gostou da possibilidade de ele segurá-la. Ele não estaria segurando qualquer bolsa e, sim, a dela. Ele pensou o mesmo, mas ela não sabia, é claro. Já pensavam até a mesma coisa, sentiam emoções parecidas, mas não compartillhavam, não podiam. Quem diria? Quem se exporia naquele momento?

O celular tocou dentro da bolsa. Ela ouviu e estendeu a mão. Ele ouviu e ofereceu a bolsa. Normalmente ela não atenderia. Não costumava fazer isso dentro do ônibus. Nunca ouvia uma palavra do que as pessoas diziam, por causa do barulho em volta. Mas percebeu uma oportunidade de interagir com ele. Desejou que ele ouvisse sua voz. Ele desejou a mesma coisa.

Os toques cessaram e eles se olharam num entendimento mútuo. Sabiam que tinham perdido a oportunidade. Ela teve vontade de dizer qualquer coisa do tipo "Parou" ou " As pessoas não têm paciência". Imaginou que ele poderia dizer "É verdade" ou "Eu sou do tipo paciente" ao que ela poderia responder "Gosto disso num homem"...e aí poderiam até falar mais coisas e, quem sabe, trocar telefones. Ele ficou com palavras engasgadas, com vontade de dizer "Pode ser que toque de novo" ou "Você quer que eu tire o celular da bolsa? Assim, se tocar de novo, você pode atender rápido" Ele pensou que, como o tema seria o celular, talvez pudessem trocar seus números.

Mas não foi assim. Ficaram mudos, na ânsia de mais um toque, ou até mesmo de toque nenhum. Poderiam tanto falar de uma coisa como de outra. Não disseram nada.

Neste momento, o ônibus deu uma freada que projetou os passageiros para frente. Algumas pessoas reclamaram, outras acordaram de sono profundo, algumas se desequilibraram. Eles riram. Riram da situação. Riram um para o outro. Riso mudo, cheio de idéias. O riso dele era lindo. O dela também. Tiveram vontade de falar, mas realmente, naquela situação, não caberia. Ele saberia que ela estava interessada, se ela falasse ; da mesma forma que ela saberia do interesse dele, se ele falasse. Não queria um que o outro soubesse. Não assim. Não naquele momento. Era a primeira vez que se viam. Mas pensavam as mesmas coisas. E começavam a perceber isso. Coisas assim nem precisavam ser ditas. As palavras talvez até estragassem aquele momento de silêncio sincero, de encanto mútuo. Eles não falavam, mas se sentiam correspondidos e gratos pela sorte de se encontrarem assim. Ela, feliz por ele segurar sua bolsa e, ele, feliz por segurar a bolsa dela. Momento de intimidade profunda. Naquele gesto, ele sentia um pouco mais dela e ela um pouco mais dele.

De repente, sentiram medo. Difícil dizer se sentiram medo juntos, mas ambos sentiram. Um tinha medo de que a viagem do outro pudesse estar terminando. Ela se inquietou. Ele se mexia no banco, segurando com firmeza sua bolsa, como se aquilo pudesse fazer com que ela ficasse mais. Nem um nem outro sabia que os dois desceriam no ponto final. E viveram uma grande agonia juntos. A ansiedade pelo tempo que se esvaía e a frustração de não trocarem uma palavra crescia.

De repente, ambos tiveram idéia parecida, o que já não era nenhuma novidade, ou talvez fosse ainda, para eles. Tiveram a idéia de comentar sobre um passageiro que chamava a atenção pela aparência esquisita e mal cuidada. Ele viu que ela tinha reparado e ela também percebeu que ele tinha visto. Um sabia o que o outro tinha achado. Cada um sabia que se fizesse uma pequena observação, o outro concordaria.

Mas o inesperado aconteceu, deixando a palavra suspensa no ar: o passageiro desceu do ônibus.

Um olhou para o outro. Os dois olharam o passageiro. Ele olhou para a bolsa, ela também.

O próximo ponto era o final. Eles estavam felizes, desceriam no mesmo ponto. Que coincidência!

A última oportunidade brilhou na mente de cada um. Decididos, olharam-se, esforçaram-se, devoraram-se e...entenderam-se. Ele entregou a bolsa num "Chegamos" que ela não conseguiu decifrar. Ela pegou a bolsa e murmurou um "Obrigada" tímido e sem jeito. Desceram do ônibus. Ele atravessou a rua. Ela ia continuar do mesmo lado da calçada. Eles seguiram. Cada qual em uma direção. Ainda fizeram algo ao mesmo tempo, respeitando a sintonia inicial: viraram-se, olharam um para o outro. Ele teve a certeza de que ela estava arrependida por ter perdido a oportunidade. Ela pensou que ele voltaria e, finalmente, falaria com ela. Mas ele não voltou.

Ambos estavam cientes de que o tempo não voltaria e sabiam que não se veriam de novo, mas permitiram...permitiram o momento passar...e foram cúmplices, como não poderia deixar de ser.

QUERER E TER

Quando eu era pequena, media o mundo pelos meus passos e, como eu precisava dar muitos para alcançar os lugares desejados, ele me parecia imenso. Os cômodos eram enormes, corria-se por eles livremente, os livros longos, as pessoas tão altas que me davam um certo medo. O mundo me engolia e minha necessidade de engolir o mundo crescia naturalmente e imperceptivelmente.
Nunca havia reparado na ânsia de possuir objetos, pessoas, carinhos e tudo que me aparecesse pela frente. Só me dei conta disso anos depois, quando já era criança crescida, vendo meus métodos infalíveis de possuir as coisas sendo utilizados pelos meus filhos também. Juro que nunca os ensinei e por esse motivo até me senti menos culpada, porque parecia feio querer possuir.
A brincadeira acontecia a qualquer momento, em qualquer lugar e situação, porque criança não perde tempo escolhendo ou esperando momento certo. Criança sabe que momento certo é sempre agora. A brincadeira consistia em olhar um objeto e dizer: "Aquele azul é o meu". Em seguida a outra criança dizia: "E o rosa é o meu." Isto era possível com a TV ligada e com aqueles apelos típicos de épocas festivas como natal e dia das crianças. Era fácil possuir um carro, uma boneca, um jogo, porque custava apenas os atos de querer e ter.
Da janela também era comum falar: "O primeiro que cruzar a rua vai ser meu namorado, o segundo para você, o terceiro para mim etc, etc..."
Era uma brincadeira deliciosa. Querer e ter. Íamos possuindo tudo. Um mundo grande que íamos tornando nosso pouco a pouco. Era como beber uma golada de água com a garganta seca. Não há sensação melhor. Satisfação, prazer, conforto. Nós nos sentíamos grandes, invadidos por um poder secreto, invisível, impalpável e, ao mesmo tempo, concreto.
Brincávamos de possuir o tempo também. Sempre dávamos um jeito de avançar pelas horas. As horas eram meras invenções descabidas de adultos. Por que não poder brincar até cair de sono? Deixar o relógio do corpo dar as ordens não seria mais sensato? Ouvir a tão famosa frase: "Está na hora de dormir!" era um ritual. Eu sempre tive vontade de saber em que convenção todos os pais haviam se reunido para chegarem no consenso da tão famosa "hora de dormir".
Bom, hoje, eu desenterro a velha frase e uso com meus filhos e, por que não dizer, sem dó nem piedade?
Hoje, os cômodos não me parecem tão grandes, as pessoas são do meu tamanho e, se eu quiser, possuo uma imensa área de terra num vôo simples ou num pequeno clique do mouse. Faço isso em segundos. Mas não me dá o mesmo prazer. Não tem a graça da sorte, do jogo, da burla.
Não brinco diante da TV ou da janela, porque, mesmo sem me dar conta, deletei estas atividades do meu cotidiano corrido. Esqueci-me de como me davam prazer, do quanto me libertavam. Virei escrava das horas num mundo que vejo sob diversos ângulos ao mesmo tempo. Iludo-me com isso. Acho que ganho tempo, dominando o espaço. Privo-me da doce inocência libertadora, de possuir espaço, tempo, tudo, em dois simples atos: o de querer e ter.

domingo, 14 de dezembro de 2008

DISPOSTAS EM CRUZ

A imagem do crucifixo deitado sobre o peito aberto ainda lhe ardia as retinas. Um convite mudo e franco.
Não era tanto pela beleza dos detalhes implícitos. Encantou-a por revelar a personalidade daquele homem que lhe oferecia uma paz buliçosa, despertando nela uma vontade mista de reverência e desacato.
Diante daquela imagem, suas idéias desenhavam-se e desagregavam-se num rodamoinho que a afastava da redenção desejada e a aproximava de um silêncio profano.
Hoje, lembrando daquele momento, daquela imagem, estendia as mãos como quem busca tocar um altar construído em nuvens desfeitas a cada vaga lembrança.
As mãos estendidas reclamavam mais do que um firme aperto de mãos, queriam tocar a alma, rogavam ao inexorável, queriam compreender a resposta de uma pergunta não feita.
As mãos reuniam-se, agora, atravessavam uma na outra em súplica discreta, dispunham-se em cruz, sentindo as batidas perfeitas de um coração sob um peito aberto, e sobre o qual elas se permitiam deitar.

domingo, 7 de dezembro de 2008

CARA METADE?

Quem inventou a história da cara metade? Os românticos de plantão perdoem-me... A metade não é cara porque não há nada de "caro" na metade! Ser inteiro e encontrar alguém inteiro é, sim, uma idéia cara. Principalmente porque se alguém inteiro se for, você continuará inteiro.
Ah, sim! Lembre-se de nem procurar. Encontre por acaso. Às vezes, procurar nada é uma boa maneira de encontrar alguma coisa, enquanto que procurando alguma coisa, há grandes possibilidades de você não encontrar nada.

INÍCIO E FIM

-Oi.
-Oi. Tudo bem?
-Tudo. E você?
-Bem também.
Palavra fática, enfática!
Matemática prática.
Mágica e...trágica
tática...

sábado, 6 de dezembro de 2008

CADÊ O SOL?

Calvin, meu amigo Calvin. Que dia chato! Mais um. Nem o sol por aqui deu o ar de sua graça. Escondeu-se atrás das nuvens. Bom, mas estava lá.
Algumas coisas são assim, estão ali em algum lugar sem que possamos vê-las e é por isso que muita gente diz (eu acho) que sente saudades de alguém que nem conhece ou falta de algo que não tem.
Explicado, mas nem por isso menos chato este dia. E veja que não é domingo, dia de estourar plástico bolha. É sábado, dia de praia, dia de sol, mas cadê o sol?

LEDS NATALINOS

Pegou os leds em sua mãos, azuis, piscavam no ritmo do seu coração, que buscavam companhia para o natal. Os leds pareciam perfeitos! Iria colocá-los na janela e as crianças veriam e vibrariam.
A idéia não tinha sido sua, mas a roubou, sem nenhum constrangimento, porque felicidade pode e deve ser dividida. E os leds brilhariam muito longe dos olhos do autor da idéia.
Aqueles leds lembravam festa, gente, amizade e confortavam coração desconfortado.
Eram pequenos, delicados e não chamavam atenção na loja. A sua beleza estava na imagem projetada deles, não na que se via ali em suas mãos. O fio estava embolado lhe deu vontade de desatar os nós, desviando cada luzinha de seu respectivo obstáculo. Cada luzinha abrindo um caminho e ficando livre. Aos poucos, todo mistério dos leds desvendado. E ela responsável por isso. Sentiu-se dona deles e, observando mais firmemente, sentiu-se presa neles, presa deles.
Eles eram mais do que leds natalinos em fios emaranhados, eram holofotes em correntes, e ela não estava preparada, ainda, para aquilo.
Largou-os ali, onde os havia tomado nas mãos.

ROSAS

Ele enviou em :
estou a vê-la entre os arbustos...parece criança a fazer malandices...
Ela diz:
rsrsrs..........e como conseguiu tal façanha?
Ele diz:
o meu 7° sentido
Ela diz:
é...ele não falha mesmo
Ele diz:
às vezes falha...
Ela diz:
o seu não falhou
Ele diz:
Não quero interromper...
Ela diz:
interromper?
Ele diz:
era só para deixar um beijo
Ela diz:
só interrompe meus pensamentos
Ele diz:
Estava escondida a pensar?
Ela diz:
estou lendo alguns poemas por aqui.......
Ela diz:
"escondida" não é a palavra certa
Ele diz:
estava cinzenta...não estava verde...
Ela diz:
é...rs
Ela diz:
fico por aqui, vendo quem entra e quem sai......de vez em quando apenas observar é bom
Ele diz:
conversa...
Ela diz:
"conversa"?
Ele diz:
sim...conversar é melhor...
Ela diz:
nem sempre
Ela diz:
fico observando as pessoas...existem aquelas que desejariam conversar comigo, mas não eu com elas, aquelas que não desejariam conversar comigo e eu idem e aquelas que não desejariam, mas eu sim....então fico off para não ter que conversar com quem não quero e para não constranger quem não quer falar comigo...e se houver interesse mútuo em conversar, de alguma forma isso acontecerá...
Ele diz:
e voce fica off para com quem quer conversar?
Ela diz:
sim tb
Ela diz:
embora pareça paradoxal
Ele diz:
não parece...É
Ela diz:
rs
Ela diz:
bom, qd fico off, pode ser que alguém me deixe um recado, pensando que lerei depois e há, ainda, aquelas pessoas que possuem um sétimo sentido
Ela diz:
rs
Ele diz:
mas voce não queria conversar? Então porque off? Que desejo é esse? Parece paradoxo?
Ela diz:
eu só desejo conversar com quem deseja conversar tb
Ela diz:
não basta a minha vontade
Ele diz:
e voce manifesta a sua vontade escondida?
Ela diz:
não manifesto
Ela diz:
prefiro assim
Ele diz:
Voce gosta é de viajar na maionese...e julga que eu também...
Ela diz:
para ser mais OBJETIVA (atendendo a seu pedido de não viajar) , há algumas pessoas on line por aqui e, no momento, não gostaria de conversar com nenhuma delas....com exceção de vc, que não chamei porque não gostaria de constranger com minha presença....
Ele diz:
Voce não quer viajar? rsrsrs Voce constrange-me? Quem lhe disse?
Ela diz:
eu disse
Ela diz:
e qd disse não é pq achava é pq tinha certeza
Ele diz:
Voce pensa por mim?
Ela diz:
infelizmente não rs
Ele diz:
Faça o que lhe manda o seu 18° sentido.
Ela diz:
rsrsrsrs
Ela diz:
ainda chegarei lá
Ele diz:
Com essas viagens todas...
Ela diz:
não acho que viajo
Ela diz:
não pense por mim
Ele diz:
Eu pensar por si? Estou a constactar um facto.
Ela diz:
quis dizer outra coisa, deixa pra lá
Ela diz:
nesta altura do campeonato nem eu penso por mim rsrsrs
Ele diz:
Enganou-se?
Ele diz:
ou baralhou-se?
Ela diz:
não me enganei...rsrsrs.....mas realmente não me fiz entender...confesso....o que eu pensei ficou no pensamento
Ela diz:
rsrs
Ela diz:
não exteriorizei
Ele diz:
é normal...não se preocupe com essas coisas da idade...
Ele diz:
e a ciência já evoluiu muito...há medicamentos para tudo...
Ela diz:

Ele diz:
rs
Ela diz:
rs
Ela diz:
sua sutileza me mata....
Ela diz:
sempre
Ele diz:
e o "meu " jardim? Tem sido regado?
Ela diz:
ele sempre é bem cuidado
Ele diz:
acredito...as rosas têm cor muito suave...frágil...
Ela diz:
frágeis sim...
Ela diz:
por isso permanecem em seu recanto
Ele diz:
precisam de muito liquido para crescerem...
Ela diz:
é verdade...
Ele diz:
eu sei...
Ele diz:
que é verdade
Ela diz:
vc deve ser um bom cultivador de rosas
Ela diz:
para saber do que elas precisam e na hora certa
Ele diz:
gosto de pensar que sou um jardineiro encantado por rosas...
Ele diz:
elas próprias pedem...eu só tenho de obedecer...
Ela diz:
um jardineiro encantado por rosas encantadas pelo jardineiro...
Ele diz:
elas costumam retribuir-me...
Ele diz:
abrem-se...
Ela diz:
é? não tenho com saber, infelizmente
Ela diz:
como
Ela diz:
mas se me contas, acredito
Ele diz:
quem sabe...o mundo é tão pequeno e a vida tão louca...
Ela diz:
quem sabe
Ele diz:
Digamos que é preciso tocar nelas quase sem toca-las...
Ela diz:
não vejo vantagem para elas
Ela diz:
nem para o jardineiro
Ele diz:
voce não entendeu...mas também não tenho como mostrar...
Ela diz:
tenho certeza que poderia fazer-me entender
Ele diz:
isto numa fase inicial da rega...é claro...
Ela diz:
sem nem mostrar
Ele diz:
Acha que sou capaz?
Ela diz:
suas palavras são instrumentos que lhe servem muito bem
Ela diz:
sempre
Ele diz:
E voce ...acha que é capaz se mostrar?
Ela diz:
sem ou com palavras?
Ele diz:
rs
Ele diz:
dou-lhe a escolha
Ela diz:

Ela diz:
o que lhe parece mais atrativo?
Ela diz:
senhor cultivador de rosas
Ele diz:
as palavras são uma ferramenta poderosa...seja em que tema for...
Ela diz:
concordamos..............................pelo menos nisso
Ela diz:
ou nem tanto, pela reticências
Ele diz:
Não respondeu à pergunta...
Ela diz:
na realidade respondi com as suas palavras
Ele diz:
Reavive a minha memória...a idade castiga-me...
Ela diz:
respondendo: "sou capaz de me mostrar com palavras."
Ela diz:
é mais fácil do que sem elas
Ele diz:
(Vou voltar aos meus 14 anos)....Dúvido.
Ela diz:
rs
Ela diz:
hj vc está nostálgico
Ela diz:
o que houve?
Ele diz:
Jardineiro
Ela diz:
" o jardineiro nostálgico"............um bom nome para filme
Ela diz:
faltam-lhe as rosas, creio
Ele diz:
o seu 6° sentido acertou...
Ela diz:
foram os cinco mesmo
Ela diz:
rs
Ele diz:
Não gosto quando dúvidam de mim...
Ele diz:
duvidam
Ela diz:
eu estou duvidando de vc em quê?
Ele diz:
Em nada...só por dizer...
Ela diz:
às vezes não consigo alcançar os seus pensamentos
Ela diz:
eles caminham muito longe de mim
Ele diz:
Sou uma pessoa de carácter...quando dúvidam de mim...eu vejo-me obrigado a fazer o que duvidavam que eu fizesse...
Ele diz:
E voce...gosta que duvidem de si?
Ela diz:
não mesmo, por isso que sempre acabo me magoando com suas palavras
Ele diz:
Eu duvidei de si...(mesmo com 14 anos)
Ela diz:
não entendi
Ele diz:
Ela diz:
respondendo: "sou capaz de me mostrar com palavras."
Ela diz:
é mais fácil do que sem elas
Ele diz:
(Vou voltar aos meus 14 anos)....Dúvido.

Ela diz:
ah sim rs
Ela diz:
e vc acha mais fácil se mostrar sem palavras?
Ele diz:
tenho de pensar...eu não sou tão determinado quanto voce...
Ela diz:
não sei pq julga isso
Ele diz:
Mas voce sim...quando diz alguma coisa...faz questão de provar isso...
Ela diz:
não faço. O caminho é outro: vc que faz questão de sempre duvidar de mim
Ela diz:
sempre
Ele diz:
Ela diz:
respondendo: "sou capaz de me mostrar com palavras."

Ela diz:
e sou
Ela diz:
tem dúvidas?
Ele diz:
Tenho
Ela diz:
diga-me o que deseja que eu mostre com elas
Ele diz:
Mostre-me o que quiser...este jardineiro é humilde...
Ele diz:
regá-las seria um prazer para mim...
Ela diz:
rosas
Ela diz:
rosa e rosa
Ele diz:
rosa e rosa
Ela diz:
úmida rosa
Ele diz:
rosas
Ela diz:
em pétalas
Ele diz:
em tudo
Ela diz:
em tudo rosa
Ele diz:
rosas
Ele diz:
em tudo rosa também
Ela diz:
agora a gente assina em baixo, pois fizemos um poema juntos rsrrsrsrsrsr
Ele diz:
rosas que são de alguém
Ele diz:
rs
Ele diz:

Ela diz:

Ele diz:
e...?
Ela diz:
...
Ela diz:
um espaço para vc completar com o que quiser
Ele diz:
Dúvido
Ela diz:
pq eu não sei o que vc quer
Ele diz:
eu quero rosas...
Ela diz:
rs
Ela diz:
não as dei com palavras?
Ele diz:
voce disse...também
Ela diz:
disse?
Ele diz:
disse
Ela diz:
onde disse?
Ela diz:
eu lanço um desafio
Ele diz:
ganhou...foi a minha fantasia...
Ela diz:
rs
Ele diz:
podia jurar...mas interpretei mal...
Ele diz:
Pensei: " Sou capaz de me mostrar...e...com palavras"
Ela diz:
estou perdida, eu acho
Ela diz:
ajude-me a me encontrar
Priscila diz:
rs
Ele diz:
Tem toda a razão...eu é que interpretei mal...
Ele diz:
Voce disse: Sou capaz de me mostrar com palavras.
Ela diz:
isso
Ele diz:
Eu quis ler: Sou capaz de me mostrar e com palavras
Ela diz:
ah sim
Ela diz:
bom, supondo que não tivesse se enganado, o que proporia?
Ele diz:
rosas
Ela diz:
como?
Ela diz:
rosas como?
Ele diz:
hahahahahaha
Ele diz:
se não me tivesse enganado...e voce fosse uma mulher de palavra que é...eu estaria a ver as "minhas" rosas.
Ela diz:
ver?
Ele diz:
Sou capaz de me mostrar ... e ....com palavras
Ele diz:
Mas enganei-me...ou quis me enganar...
Ela diz:
neste caso, "sou capaz de me mostrar...e...sem elas
Ele diz:
Dúvido
Ela diz:
rs
Ela diz:
mostro não pq duvides
Ele diz:
os fins justificam os meios
Ela diz:
rs
Ela diz:
bom...quer que eu ligue a cam?
Ele diz:
adorava
Ela diz:
e a sua?
Ele diz:
não tenho menina...
Ela diz:
ter...tem
Ele diz:
ter tenho...mas não instalei...
Ela diz:
issso
Ela diz:
bom...então posso ligar a cam, mas não para mostrar-lhe rosas e , neste caso, por experiência anterior com vc, acho que não vai querer que eu a ligue
Ele diz:
Não entendi
Ela diz:
que parte não entendeu?
Ele diz:
toda
Ela diz:
rs
Ela diz:
não é justo que as rosas sejam mostradas a um jardineiro que não se mostra....
Ele diz:
posso ligar,mas não para rosas...e neste caso...por experiencia anterior...acho que não quer que eu a ligue
Ele diz:
Este jardineiro não sabia que teria o jardim...
Ele diz:
se soubesse...teria instalado...manhosamente...
Ela diz:
eu poderia ligar a cam, mas acho que não vai querer pq não mostrarei rosas
Ele diz:
voce é que disse que era capaz...
Ela diz:
se houvesse um jardineiro visível
Ele diz:
...não me lembro dessa cláusula...
Ela diz:
não tinha
Ela diz:
mas se quiser posso mostrar joaninhas sobre as rosas rsrsrs
Ele diz:
ah...voce acrescentou depois de assinado...
Ela diz:
onde assinei?
Ela diz:
que eu me lembre, assinei só um poema
Ele diz:
Verbalmente....voce é uma mulher de palavra...
Ela diz:
ha ha ha
Ela diz:
literalmente
Ela diz:
rs
Ele diz:
Ela diz:
neste caso, "sou capaz de me mostrar...e...sem elas

Ela diz:
só de palavras
Ela diz:
faltaram mais reticências ao final
Ela diz:
rs
Ela diz:
não se contenta com as joaninhas?
Ela diz:
rs
Ele diz:
Não gosto de animais...elas fazem mal às minhas rosas...
Ela diz:
que pena
Ela diz:
vc é quem sabe
Ele diz:
e não vi joaninhas no contrato.
Ela diz:
não tinha
Ela diz:
rs
Ele diz:
voce acrescentou também...
Ela diz:
no espaço das reticências que faltaram no final
Ele diz:
se soubesse...teria instalado...
Ele diz:
Mas tudo bem...
Ela diz:
ninguém saberia
Ele diz:
pois...
Ela diz:
que havia rosas escondidas e um jardineiro de sétimo sentido por aqui
Ele diz:
pois...
Ele diz:
aqui em casa sabem que não gosto de cam...nem com a familia distante. É sempre estranho...
Ela diz:
entendo
Ele diz:
eu sei
Ela diz:
sem problemas
Ela diz:
bom...já que só queria mesmo ver rosas, acho que devemos nos despedir, não?
Ele diz:
Deixe-me ver com joaninhas...se é isso que mereço...
Ela diz:
ah...
Ela diz:
está começando a demonstrar ser aquele jardineiro humilde que havia dito rs
Ela diz:
que havia dito ser

Fazendo uma Conversa com Vídeo para Ele ...
Desligar (Alt+Q)

Ele diz:
e sou...puxa terra para o meu jardim...mas sem outra opção sou...

Ele atendeu sua chamada.
Desligar (Alt+Q).

Ela diz:
rsrsrsrs
Ele diz:
rs
Ela diz:
oi!
Ele diz:
esses lábios...
Ele diz:
oi
Ela diz:
que injustiça, hein!
Ela diz:
mas tudo bem
Ela diz:
o que umas rosas não fazem por seu jardineiro
Ela diz:
se é ele fonte de suas vidas?
Ele diz:
eu sei....um dia destes vou compensar o meu jardim
Ele diz:
rsrs
Ela diz:
não me compensa com o que pensa que me compensa rsrsrs
Ela diz:
não somente
Ela diz:
não totalmente
Ele diz:
e como pensa que eu penso?
Ela diz:
eu não posso falar, pq no momento devo me expressar sem palavras, lembra?
Ele diz:
"aqui torre de controlo"....câmbio...."pista livre"
Ela diz:
rsrsrs
Ela diz:
eu viajo, mas vc tb
Ela diz:
rsrs
Ele diz:
eu faço-a rir...
Ela diz:
é
Ela diz:
sempre
Ele diz:
é uma recompensa
Ele diz:
e agora vejo os lábios manifestarem-se...
Ela diz:
embora seu sétimo sentido não perceba
Ela diz:
é
Ele diz:
percebe
Ela diz:
percebo?
Ele diz:
Voce disse que o meu setimo sentido não percebia...e eu disse percebe
Ela diz:
ah sim
Ele diz:
..."pista livre"
Ela diz:
a estas horas meus sentidos me confundem rsrs
Ele diz:
"império dos sentidos"
Ela diz:
então
Ela diz:
quer ver as joaninhas de seu jardim?
Ele diz:
Quero....claro...
Priscila diz:
ainda que vc não goste de animais?
Ele diz:
Mas já fiquei encantado com os lábios...
Ele diz:
Eu adoro animais...mas não sobre as minhas rosas
Ela diz:
mas por causa delas poderá ver parte de seu jardim
Ele diz:
pois podereii...depende muito da segurança...
Ela diz:
rs
Ela diz:
então
Ela diz:
vamos a elas
Ele diz:
Vá descansar menina....
Ela diz:
??
Ele diz:
Está tão cansada...
Ela diz:
pq diz isso?
Ele diz:

Ela diz:
estou
Ela diz:
mas
Ela diz:
acho que agora vc pensou por mim
Ele diz:
talvez....mas acertei...
Ela diz:
e por trás disso, disse tb que quer ir, certo?
Ele diz:
Não....errou.
Ela diz:
errei?
Ele diz:
redondamente
Ela diz:
não sei se errei
Ele diz:
problema seu...
Ela diz:
problema meu
Ele diz:
quando tiver razão eu aviso
Ele diz:
e digo a pista que está livre
Ela diz:
se fizer isso agradeço....acho que estou precisando de sinalização para desvendar vc
Eladiz:
ou me devora
Ele diz:
do bem....sempre do bem....
Ela diz:
rs
Priscila diz:
ok
Ele diz:
e se eu a devorar...um dia se....prometo que deixo-a viver para contar.
Ela diz:
.......vai me devorar..............vou ficar dentro de vc.......aceito
Ele diz:
devoro-a com carne...não com dentes...
Ela diz:
ah sim
Ela diz:
com carnes e com dentes
Ele diz:
e devoro as rosas também
Ele diz:
como entrada
Ela diz:
o jardineiro devorará suas rosas?
Ele diz:
com a lingua...neste caso
Ela diz:
e quanto aos espinhos?
Ele diz:
se bem me recordo, existem muitos lugares em si que eu adoraria devorar...
Ele diz:
os espinhos também são rosa
Ela diz:
com carne, dentes ou língua?
Ele diz:
com tudo o que tenho e com tudo o que gostaria de ter...
Ela diz:
agora sou eu quem duvido
Ela diz:
rs
Ele diz:
eu percebo
Ela diz:
nem com tudo o que eu gostaria de ter
Ela diz:
rs
Ela diz:
pq quero muito meis do que pode me dar rsrrssrsr
Ela diz:
muito mais
Ele diz:
nem o que tenho posso dar...quanto mais o que queria ter...
Ele diz:
não pense...escreva
Ela diz:
é
Ele diz:
não me mande estes bonecos doidos...poem-me doido...
Ela diz:
vc tem uma vantagem sobre mim agora, né? consegue até ver qd estou pensando
Ele diz:
pode estar para e não pensar...
Ele diz:
parada
Ele diz:
é o jeito que voce dá com os olhos...o sorriso escondiso
Ele diz:
escondido
Ele diz:
olha...olha...olha...
Ele diz:
rsrrs
Ela diz:
vc consegue ver mais do que uma pessoa parada
Ele diz:
O que seria de mim se não...
Ela diz:
não entendi a imagem do sorriso escondido rs
Ela diz:
de vc se não....?
Ele diz:
conseguisse ver mais do que uma pessoa parada
Ela diz:
rsrs
Ela diz:
é
Ele diz:
Quando voce pensa...os seus olhos dão um sorriso muito discreto, quase escondido, como quem diz: "hi,hi,hi...o que vou responder a este moço?"
Ela diz:
pode ser
Ela diz:
rs
Ele diz:
é quase um desafio
Ela diz:
é sempre um desafio
Ela diz:
sinto-me num jogo, sempre, qd estou com vc
Ela diz:
num jogo que quase sempre perco rsrs
Ele diz:
um jogo de mentes...
Ele diz:
que nós dois ganhamos
Ela diz:
um jogo de "mente"
Ela diz:
da sua
Ela diz:
mente
Ele diz:
não há perdedor...mas há desistencias...voce não...voce resiste...
Ele diz:
é uma guerreira...adora desafios...
Ele diz:
hi,hi,hi
Ela diz:
a única coisa que ganho são palavras afiadas e silêncios mais cortantes ainda
Ele diz:
a sua cabeça está a abanar? moscas?
Ela diz:
abanar suas idéias
Ele diz:
Já lhe disse. Nunca veja maldade nem agressividade em minhas palavras. Acima de tudo quero-lhe muito bem.
Ela diz:
ok
Ele diz:
Mas gosto da sua inteligência...e a sua "liberdade" para voar...
Ele diz:
Voce não sabe...mas desafia-me...e eu...
Ela diz:
e vc...
Ela diz:
foge de mim
Ele diz:
ADORO
Ela diz:
hj vc está inspirado rs
Ele diz:
Estou sempre...mas às vezes tenho de canalizar para outros lugares
Ele diz:
Voce hoje é minha
Ela diz:
vc acabou de fazer eu desfazer minha pergunta
Ela diz:
rs
Ela diz:
aliás vc sempre faz isso
Ela diz:
rs
Ele diz:
As joaninhas
Ela diz:
já tinha me esquecido delas
Ela diz:
rsrs
Ele diz:
e eu...juro
Ele diz:
pensava mais nas rosas
Ela diz:
tb tinha se esquecido??
Ela diz:
então não merece vê-las
Ela diz:
rs
Ele diz:
tinha-me esquecido das joaninhas mas não das rosas...
Ele diz:
"Moça da minha frente / tira a roupa da janela / porque essa roupa sem dona / lembra-me a dona sem ela.
Ela diz:

Ele diz:

Ela diz:
agora merece ver todas as joaninhas
Ela diz:
rsrsr
Ele diz:
Rosas?
Ele diz:
E seu eu fizer outro...ainda mais bonito
Ele diz:
rosas?
Ele diz:
"Pinta meus lá bios, pinta / disse-me ela de joelhos / peguei no pincel e tinta / e pinte-lhos"
Ele diz:
rs
Ela diz:
Moço da minha frente/ vou fechar a janela/porque essa dona sem roupa/chama a atenção da galera
Ele diz:
Bocage - Poeta
Ela diz:
sei
Ele diz:
LINDO
Ele diz:
LINDO
Ela diz:
rs
Ele diz:
Moça da minha frente / podes fechar a janela / não quero que outros vejam / as rosas que vejo dela"
Ela diz:
acho que vou gravar esta nossa conversa rsrsrsrsr
Ela diz:
está ficando bem poética
Ela diz:
rsrs
Ela diz:
melhor que isso só se vc desenhasse estas idéias rsrs
Ele diz:
desisto
Ela diz:
desiste?
Ele diz:
Não me ocorre mais...janela
Ela diz:
então é chegada a hora de ver joaninhas
Ele diz:
Joaninhas ou rosas depois de tantas prosas?
Ela diz:
vc escolhe
Ela diz:
não dispensaria as joaninhas, pois não conseguiria ver as rosas
Ele diz:
Joaninhas que depois voam... para dar lugar as rosas
Ela diz:
isso
Ela diz:
talvez voem
Ela diz:
rs
Ela diz:
talvez não saibam voar
Ela diz:
olhe
Ele diz:
estou a olhar
Ela diz:
pouse o olhar sobre o jardim
Ele diz:
ainda não tirei de lá os olhos
Ela diz:
consegue vê-las?
Ele diz:
Quie joaninhas lindas....lindas
Ele diz:
consigo
Ela diz:
não viu
Ele diz:
vi...vi...desenhos
Ela diz:
desenhos não
Ela diz:
joaninhas
Ele diz:
desenhos de joaninhas
Ela diz:
isso
Ela diz:
e flores
Ele diz:
só faltam mesmo as rosas
Ela diz:
no seu recanto
Ela diz:
como eu havia falado
Ela diz:
não minto
Ele diz:
no meu recanto
Ela diz:
sim
Ela diz:
guardadas
Ela diz:
para seu proveito
Ela diz:

Ele diz:

Ela diz:
?
Ele diz:
!
Ele diz:
rs
Ele diz:
rs
Ela diz:
rs
Ela diz:
outros papéis lhe caem bem melhor
Ele diz:
podia jurar que vendo os seus olhos...tem 16 anos
Ele diz:
Que papéis?
Ela diz:
vê com olhos de um menino de 14
Ela diz:
rs
Ele diz:
isso
Ela diz:
mas tenho 16 + 16
Ela diz:
quase acertou
Ele diz:
eu um pouco mais...
Ela diz:
rs
Ele diz:
portanto sou mais velho...
Ele diz:
acabei de escrever
Ele diz:
rsrsrs
Ela diz:
acabou de escrever?
Ele diz:
voce fica a olhar para a tela...
Ela diz:
eu não tenho mais nada para olhar
Ele diz:
e eu vou fazer "câmbio"
Ela diz:
rsrs
Ele diz:
pois é...
Ele diz:
Deixe-me ver mais de perto os seus lábios...se não vir inconveniente nisso...é claro...
Ele diz:
lindos
Ela diz:
obrigada
Ele diz:
devem ser barulhentos
Ela diz:
não
Ele diz:
chuac...chuac...
Ela diz:
são silenciosos
Ele diz:
quando descolam...
Ela diz:
isso só saberia experimentando
Ele diz:
Mas dá para imaginar...
Ele diz:
chuac....
Ela diz:
o que é suficiente para vc é muito pouco para mim rsrsrrsrsrsrrsrsr...........eis a nossa diferença
Ela diz:
!
Ela diz:
rs
Ele diz:
Quem disse que é suficiente?
Ela diz:
eu disse
Ele diz:
disse que é o que posso ter
Ela diz:
mas se contenta e conforma com isso
Ela diz:
rs
Ela diz:
eu não
Ele diz:
Queixar-me para que?
Ela diz:
aí está
Ela diz:
o nó da questão
Ele diz:
Mas não é suficiente...nem sei se um dia só seria suficiente...ou dois...três...
Ela diz:
não seria
Ele diz:
Mas é o que posso ter....e agradeço...outros menos têm que eu.
Ela diz:
isso é
Ela diz:
mas nunca se nivele pelos que têm menos
Ele diz:
Nivelo-me pelos que têm o que podem...
Ele diz:
e o que podem...é muito menos do que eu posso...
Ela diz:
nivele-se pelo que poderia
Ela diz:
pq o que poderia é o que tem reservado para vc
Ele diz:
O poderia só existe num plano pouco racional
Ela diz:
não deixa de ser o que pode
Ela diz:
o que é racional?
Ela diz:
não existe nada racional
Ele diz:
Diz voce
Ele diz:
Um amor e uma cabana...com filhos...é útopia.
Ela diz:
é
Ela diz:
seria
Ela diz:
rs
Ele diz:
voce chega lá....
Ela diz:
chego
Ela diz:
mas vivo nesta "imperfeição"
Ele diz:
É bom sonhar...e se concretizarmos o sonho...é sinal que era possivel....
Ela diz:
todos os sonhos são possíveis
Ele diz:
O homem sonhou com a lua....uma útopia até descobrirmos o combustivel.
Ele diz:
Falta combustivel
Ela diz:
rsrs
Ele diz:
O que é racional?
Ela diz:
ok
Ela diz:
vc venceu, tá?
Ele diz:
Vencemos os dois
Ela diz:
vc
Ela diz:
mas fico contente, pois foi uma derrota com direito a aprendizados
Ele diz:
Não foi uma derrota...pode ser uma pausa...depende se houver combustivel.
Ela diz:
combustível???rsrs
Ele diz:
A lua foi possivel...mas antes outras coisas tiveram de ser descobertas...foi uma pausa no sonho
Ela diz:
vamos fazer uma pausa então do nosso sonho
Ela diz:
rs
Ela diz:
ou do meu, ou do seu
Ela diz:
sei lá
Ele diz:
Se descobrir combustivel...aviso
Ele diz:
Ando sempre por aqui...
Ele diz:
...a sonhar!
Ela diz:
e eu a pensar...
Ele diz:
ambas coisas boas. A lua foi sonho...foi pensamento...
Ele diz:
só vamos viver esta menina
Ela diz:
se vc deixar o meu pensamento entrar no seu sonho ou o seu sonho entrar no meu pensamento...
Ela diz:
já será bom
Ele diz:
mas convém que a vivamos bem...sonhando, mas sempre a viver o melhor possivel.
Ela diz:
ainda que imperfeito
Ele diz:
Tenho de descansar menina
Ela diz:
eu tb
Ela diz:
acho que vc entrou no meu pensamento rs
Ela diz:
rs
Ele diz:
Um beijo do tamanho do seu sonho

A sua Conversa com Vídeo foi encerrada.

Ele diz:
Voce é muito especial...
Ele diz:
muito
Ela diz:
vc tb, rapaz
Ela diz:

Ele diz:
Menina...uma noite de sono tranquila...com muitos sonhos intensos - é o meu desejo.
Ele diz:
BEIJO
Ela diz:
obrigada.................tudo em dobro para ti
Ela diz:
beijos
Ele diz:

Ela diz:

O MEU LUGAR

Era o último lugar do ônibus. Sentei-me triunfante e certa de que o dia me era favorável. Pela janela via a paisagem. Gostava de ver a paisagem e as pessoas e as situações e os lugares.
Não demorou muito para o ônibus encher e uma velha senhora buscar algum lugar para jogar seu corpo, certamente cansado de longas jornadas. Ninguém, nenhuma viva alma, para oferecer-lhe um pouco do conforto merecido. Ela estava a três filas de cadeiras da minha. Ali, em pé, diante de pessoas sem a menor piedade dela, senhora cujas rugas traziam serenidade e cansaço.
Aborreci-me com a falta de humanidade, de solidariedade, de atenção. E aquela frase conhecida rondava-me a cabeça: “Um dia todos chegarão lá!”
Olhei para aquela que estava diante dela e vi que era outra senhora, talvez mais velha, mais cansada, enfim, justificava-se a omissão de ajuda.
Olhei para o lado daquela senhora sentada e o banco estava quebrado. Ninguém poderia sentar ali. Olhei para trás e para a frente e para os lados – outras senhoras, mulheres grávidas e até alguém com muleta. Fui caminhando com o meu olhar até enxergar, enfim, a pessoa mais próxima e aquela com os requisitos para ceder o lugar à senhora: eu!
Fechei meus olhos, bateu-me sono. E a velha nem me pareceu tão mais velha assim.
As pessoas são capazes de mudar as situações, mas não tanto quanto as situações são capazes de mudar as pessoas.

NUNCA MAIS

Desde que ela descobriu que “nunca mais” era muito tempo, do tipo “para sempre”, “destornou” algumas idéias impossíveis e se deu mais oportunidades, menos obstáculos, mais labirintos, menos pontos de chegada e mais pontos de partida.
Não era realmente nada exato, mas não gostava das idéias exatas, sempre fugiu disso. Sempre, aliás, fugiu de muita coisa e agora pretendia fugir de fugir das coisas também.
Ia abraçar os momentos e dar as mãos ao invisível. Tinha medo disso? Talvez. Mas “nunca mais” nunca mais queria. Se não queria, este pensamento também não cabia. Devia permitir “nunca mais”? Torná-lo possível também? Achou que tivesse caído numa armadilha e já não sabia mais se as oportunidades eram os próprios obstáculos e se o ponto de chegada era, enfim, o ponto de partida, ou vice-versa. Preferiu continuar no labirinto, procurando sabe-se lá o quê.

OBJETOS OBSERVADORES

Havia pessoas que gostavam de ser objetos observadores naquele lugar. Observavam o lado de dentro e o lado de fora daquele lugar e delas mesmas e, ainda, observavam aquele lado que não era de dentro nem de fora, e que ninguém mais via.
Observavam tanto e tão detalhadamente que não se sentiam em lugar nenhum, apenas num vazio, daqueles que preenchem a gente até a alma. Tampouco se sentiam objetos, de tantas marcas que se impregnavam pela observação. Sentiam-se pessoas mesmo, mas pessoas mesmo não ficariam só observando.
Eram, de fato, objetos; objetos observadores. Já nem sofriam, já nem amavam, já nem nada.
Não eram observadas e isso era o que havia de pior... a não ser... por elas mesmas. Enxergavam-se no tal vazio, observando o tal lado que ninguém via e carregando aquelas marcas, algumas delas provocadas pela própria auto-observação e pela consciência de não serem observadas.
Não eram consideradas objetos porque ninguém tecia considerações sobre elas.
Elas eram elas, ali, sozinhas, observadoras, mudas e desconsideradas. Eram pequenos objetos observadores.

PARA CALVIN

Depois que o Calvin me abortou para o mundo – e fez isso de uma maneira muito especial – fiquei até bem feliz. Ele me deixou de herança um blog.
Olha, que legal! Para estar de volta ao mundo só precisei de três coisas: um domínio (de cunho bem pessoal), um título para o meu espaço cibernético e uma senha.
Estar outra vez no mundo com uma simples senha foi fantástico, algo assim como uma lâmpada mágica moderna.
Só podia ser presente de Calvin mesmo...
Agora é só acertar os Ponteiros e as Ponteiras e começar!