sábado, 14 de fevereiro de 2009

EM SEUS MARES

Ele tinha em si todos os mares. E se estava vivo é porque morria neles todos os dias. Ele se dava e os mares o devolviam no vai e vem das marés.
Vivia mareando sei lá por que razão, à procura, talvez do cheiro de umaheresia.
Paixões que ele inventava mergulhavam em seus mares, mas secavam por dentro. Elas eram loucas, intensas da morte em que eram banhadas desde o início. Paixões morriam afogadas em seus mares.
Ele assistia complacente porque sabia que mares atraíam paixões e sabia que compaixão era insuportável, melhor sem paixão.
Assim, permitia que elas morressem e, com elas, morria também... p´ra renascer?

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