sábado, 6 de dezembro de 2008

LEDS NATALINOS

Pegou os leds em sua mãos, azuis, piscavam no ritmo do seu coração, que buscavam companhia para o natal. Os leds pareciam perfeitos! Iria colocá-los na janela e as crianças veriam e vibrariam.
A idéia não tinha sido sua, mas a roubou, sem nenhum constrangimento, porque felicidade pode e deve ser dividida. E os leds brilhariam muito longe dos olhos do autor da idéia.
Aqueles leds lembravam festa, gente, amizade e confortavam coração desconfortado.
Eram pequenos, delicados e não chamavam atenção na loja. A sua beleza estava na imagem projetada deles, não na que se via ali em suas mãos. O fio estava embolado lhe deu vontade de desatar os nós, desviando cada luzinha de seu respectivo obstáculo. Cada luzinha abrindo um caminho e ficando livre. Aos poucos, todo mistério dos leds desvendado. E ela responsável por isso. Sentiu-se dona deles e, observando mais firmemente, sentiu-se presa neles, presa deles.
Eles eram mais do que leds natalinos em fios emaranhados, eram holofotes em correntes, e ela não estava preparada, ainda, para aquilo.
Largou-os ali, onde os havia tomado nas mãos.

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