Era o último lugar do ônibus. Sentei-me triunfante e certa de que o dia me era favorável. Pela janela via a paisagem. Gostava de ver a paisagem e as pessoas e as situações e os lugares.
Não demorou muito para o ônibus encher e uma velha senhora buscar algum lugar para jogar seu corpo, certamente cansado de longas jornadas. Ninguém, nenhuma viva alma, para oferecer-lhe um pouco do conforto merecido. Ela estava a três filas de cadeiras da minha. Ali, em pé, diante de pessoas sem a menor piedade dela, senhora cujas rugas traziam serenidade e cansaço.
Aborreci-me com a falta de humanidade, de solidariedade, de atenção. E aquela frase conhecida rondava-me a cabeça: “Um dia todos chegarão lá!”
Olhei para aquela que estava diante dela e vi que era outra senhora, talvez mais velha, mais cansada, enfim, justificava-se a omissão de ajuda.
Olhei para o lado daquela senhora sentada e o banco estava quebrado. Ninguém poderia sentar ali. Olhei para trás e para a frente e para os lados – outras senhoras, mulheres grávidas e até alguém com muleta. Fui caminhando com o meu olhar até enxergar, enfim, a pessoa mais próxima e aquela com os requisitos para ceder o lugar à senhora: eu!
Fechei meus olhos, bateu-me sono. E a velha nem me pareceu tão mais velha assim.
As pessoas são capazes de mudar as situações, mas não tanto quanto as situações são capazes de mudar as pessoas.
Não demorou muito para o ônibus encher e uma velha senhora buscar algum lugar para jogar seu corpo, certamente cansado de longas jornadas. Ninguém, nenhuma viva alma, para oferecer-lhe um pouco do conforto merecido. Ela estava a três filas de cadeiras da minha. Ali, em pé, diante de pessoas sem a menor piedade dela, senhora cujas rugas traziam serenidade e cansaço.
Aborreci-me com a falta de humanidade, de solidariedade, de atenção. E aquela frase conhecida rondava-me a cabeça: “Um dia todos chegarão lá!”
Olhei para aquela que estava diante dela e vi que era outra senhora, talvez mais velha, mais cansada, enfim, justificava-se a omissão de ajuda.
Olhei para o lado daquela senhora sentada e o banco estava quebrado. Ninguém poderia sentar ali. Olhei para trás e para a frente e para os lados – outras senhoras, mulheres grávidas e até alguém com muleta. Fui caminhando com o meu olhar até enxergar, enfim, a pessoa mais próxima e aquela com os requisitos para ceder o lugar à senhora: eu!
Fechei meus olhos, bateu-me sono. E a velha nem me pareceu tão mais velha assim.
As pessoas são capazes de mudar as situações, mas não tanto quanto as situações são capazes de mudar as pessoas.
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